Jovens e adolescentes que
completassem 16 anos, no ano de 1988, tiveram uma grande conquista: o
direito ao voto facultativo, segundo Constituição da época. Esse foi um
passo importante para o pleno exercício da cidadania, com objetivo de
possibilitar que este público pudesse dar seu primeiro grito de
liberdade, para poder escolher, democraticamente, seus representantes
municipais, estaduais ou federais.
Não sei o número exato de jovens
entre 16 e 17 anos, atualmente no Brasil, que possui o nobre direito de
ir às urnas em 2012, para escolher seu/sua candidato/a municipal.
Já escutei diversos adolescentes
dessa faixa etária, ao ministrar oficinas de incentivo à leitura, ao
livro e à literatura, falarem que o voto é facultativo e que eles não
têm obrigação, muito menos desejo ou vontade de votar; que a política no
país é vexatória e que muitos perderam a esperança de poder transformar
esse triste cenário…
– Sim, caríssimos eleitores de 16 e
17 anos, vocês estão corretos! Mas, será que vale a pena abrir mão do
direito conquistado, graças às fortes mobilizações encabeçadas pelo
movimento estudantil, que garantiu com muita luta, encorajamento e
enfrentamento o direito ao voto desde os 16 anos? Será que vale a pena
abrir mão da dádiva que outorgaram a vocês, distintos jovens de 16 e 17
anos, o uso pleno da cidadania? Será que vale a pena não ir às urnas em
2012 e deixar que seu Município, continue de “mal a pior”? Será que vale
a pena cruzar os braços e deixar de abrir novas possibilidades e novos
horizontes, através de seu voto?
Para que nosso Município, Estado ou
País cresça, é necessário que vocês, distintos jovens de 16 e 17 anos,
exerçam o direito alcançado em 1988, para que a face prurida da política
se transforme ou fique “menos maculada”. Vocês têm a “pedra da
juventude”, que é força vital para mudanças significativas na trajetória
política. Vocês estão impregnados de desejo, de idealismo, de coragem e
do sentimento de utopia, que fazem parte de seus projetos de vida.
Política, estimados jovens de 16 e
17 anos, não é coisa restrita ou somente de políticos, mas exercício de
todos os cidadãos, que deve ser praticada e exercida com justeza,
honestidade, lisura, transparência e para o bem comum de todos,
independentemente de raça, cor, crença, sexo, predileções sexuais; sem
compadrio, sem protecionismo e sem predileção a determinados grupos.
Política é uma arte, quando praticada por políticos probos, que se
mobilizam junto à população, para a melhoria de sua cidade, estado ou
país.
Fiquem atentos jovens de 16 e 17
anos! Concentrem-se em projetos e propostas legítimos de candidatos, que
possuem o mesmo ideal de vocês, para exterminar e varrer de uma vez
(ainda que a passos miúdos!), alguns males que devastaram e ainda
devastam a vida de nosso Município, Estado ou País. – A melhor arma (a
que não fere e nem é ilícita) é o seu voto!
Vale, ainda, citação de fragmento do
texto de Raquel de Queiróz, publicado em 1988: “não escutem a
lengalenga dos mais velhos, não compactuem com as tradições familiares
que fazem dos cargos políticos feudos herdados de pais a filhos. Aqui já
não temos aristocratas com suas tradições familiares, e o filho de um
operário emigrante dispõe de um voto tão VALIOSO quanto o filho de um
magnata da política ou dos negócios”.
Fiquem atentos jovens de 16 e 17
anos! Exerçam seu direito de votar nas eleições que acontecerão em
outubro, como agentes transformadores da história política de seu
Município. A juventude brasileira é questionadora e luta, com pertinácia
e altivez, para ver o ciclo do desenvolvimento político do país.
O primeiro passo, jovens de 16 e 17
anos, para mudanças, é votar em políticos probos, cujas propostas
beneficiarão a cidade e a população.
Andreia Ap. Silva Donadon Leal
Mestranda em Literatura (cultura e sociedade) UFV